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Boletim Opinião nº006 - TRANSPORTE URBANO POR ÔNIBUS: A QUALIFICAÇÃO É POSSÍVEL, ADRIANO FRANCISCO DOS REIS

TRANSPORTE URBANO POR ÔNIBUS: A QUALIFICAÇÃO É POSSÍVEL
ADRIANO FRANCISCO DOS REIS 


Em nosso país, quando imaginamos um sistema de transporte coletivo, a imagem que se desenha em nossa mente é, sem dúvida, a do ônibus. Presente em nossas cidades desde o início do século XX, este tipo de veículo consagrou-se como esteio dos sistemas de transporte público.  A facilidade na qual os serviços de ônibus puderam acompanhar a forma e a velocidade em que nossas cidades cresciam, aliada a políticas públicas e econômicas que favoreciam a compra, a operação e a manutenção dos veículos, consolidou seu sucesso

A indústria, ao longo de sua história, desenvolveu uma variedade de veículos que pôde ser oferecida ao mercado com o intuito de possibilitar que duas das maiores virtudes dos serviços de ônibus fossem desfrutadas ao máximo: sua flexibilidade e capilaridade. Mudanças de itinerários e extensões de linhas são relativamente mais simples, rápidas e baratas, permitindo que os veículos sirvam a uma quantidade mais abrangente de ruas e bairros.

Assim, os ônibus assumem diversas formas: há ônibus de tamanhos distintos, distintas formas de acesso, número e disposição de portas e de assentos, diversos tipos de motores (diesel, diesel-elétricos, elétricos), utilizando diferentes combustíveis (óleo diesel, biodiesel, gás natural). Os diversos tipos de ônibus podem ser usados em serviços com características variadas, atendendo a distintas demandas, adaptando-se aos logradouros e à paisagem urbana que atravessam. Os fabricantes têm dedicado recursos à evolução dos ônibus, oferecendo veículos de grande qualidade, com crescente eficiência energética, segurança e reduzida emissão de poluentes.

A qualificação do serviço por ônibus perfeitamente possível em nosso país. Veículos elétricos autônomos vêm sendo testados e devem entrar em serviço brevemente em algumas cidades. Ônibus mais acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida, com piso mais baixo, próximo ao nível da calçada, já são comuns em alguns lugares. Ações como a implantação de corredores preferenciais e exclusivos têm sido construídos.

Em Goiânia, o incremento de melhorias no transporte coletivo encontra franco suporte na legislação municipal. O Plano Diretor de 2007 estabelece uma rede de corredores exclusivos e preferenciais, além de determinar a qualificação do serviço por meio de inovações tecnológicas da frota, dos sistemas operacionais e na adoção de veículos com menor emissão de poluentes.

Ações têm sido tomadas, tanto pelo poder público quanto pelos operadores do sistema, mas percebe-se que poderiam ser mais intensas. As transformações são rápidas e pensar no futuro é essencial. Veículos como os que vemos hoje rodando em nossas ruas seriam os mais adequados para as vias preferenciais e exclusivas que já estão sendo construídas? Devemos estar atentos para não reproduzir, em projetos novos, soluções que se tornem prematuramente obsoletas ou que possam trazer degradação ao patrimônio paisagístico, histórico e urbanístico.

O BRT Norte-Sul merece redobrada atenção. Atravessando o Setor Central, servindo-se da Avenida Goiás e da Rua 82 (em torno da Praça Cívica), sua implantação tem o potencial de degradar a paisagem urbana ou qualificá-la. Concebê-lo dentro das características de um corredor BRT com a adoção de estações de embarque elevadas, instaladas no canteiro central, pode ser muito destrutivo aos logradouros. Há alternativas técnicas que minimizem os danos: a indústria oferece tais soluções.

Enfim, quaisquer ações mais amplas esbarram na política tarifária vigente: a qualificação do serviço de ônibus exige que a sociedade encare o financiamento do transporte de forma diferente, que vá além da tarifa cobrada. Somente assim poderemos alcançar um patamar de maior qualidade no serviço, com veículos mais confortáveis, rápidos, acessíveis e menos poluentes, adaptados à cidade que queremos.

Autor:
ADRIANO FRANCISCO DOS REIS é Arquiteto e Urbanista do Centro de Gestão do Espaço Físico da Universidade Federal de Goiás e Mestre em Engenharia do Meio Ambiente pela mesma instituição.


Link para baixar em PDF: Boletim Opinião 006
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Um comentário:

  1. Concordo plenamente, mas aqui precisamos ter alguma autoridade para cuidar do transporte, primeiro ponto para pensarmos em algum subsídio!

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