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Boletim Opinião nº004 - A MOBILIDADE URBANA DO NOSSO DIA A DIA, GARIBALDI RIZZO

A MOBILIDADE URBANA DO NOSSO DIA A DIAGARIBALDI RIZZO


Toda atividade humana vive em torno de sua mobilidade, desde os tempos coloniais, no início da formação das cidades, quando os circuitos eram definidos pelos trajetos dos animais, tropas e boiadas, com o mesmo objetivo: ir de um local ao outro pelo caminho mais curto e seguro. Assim também é a natureza, observe o circuito natural das águas a procura da cota zero, a corrente sanguínea do corpo humano, a seiva que dá vida aos vegetais, todos circulam por uma rede de mobilidade.

Assim é na vida moderna, quando uma cidade proporciona mobilidade à população, oferece as condições necessárias para o deslocamento das pessoas. Em outras palavras, ter mobilidade é conseguir se locomover com facilidade de casa para o trabalho, do trabalho para o lazer e para qualquer outro lugar onde o cidadão tenha vontade ou necessidade de estar, independentemente do tipo de veículo utilizado.

O conceito não deve ser confundido com o direito de ir e vir preconizado pela Constituição.
Ter mobilidade urbana é pegar o ônibus com a garantia de que se chegará ao local e no horário desejado, salvo em caso de acidentes, por exemplo. É ter alternativas para deixar o carro na garagem e ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o transporte coletivo. É dispor de ciclovias e também de calçadas que garantam acessibilidade às pessoas com necessidades especiais e visuais. E, até mesmo, utilizar o automóvel particular quando lhe convier e não ficar preso nos engarrafamentos.
Por fim, entendemos que a mobilidade urbana é uma questão que atinge igualmente a todas as camadas sociais.

A política econômica de fortalecimento da indústria automobilística e a carência de um transporte coletivo eficiente, aliadas ao desejo dos brasileiros de possuírem um automóvel, transformaram a mobilidade urbana em uma questão determinante da vida na cidade.

É vital que uma parcela significativa da população e os setores envolvidos participem das discussões. Em qualquer planejamento, é importante o consenso sobre as metas e objetivos para se obter o avanço desejado. De outro modo, a sociedade não se adapta às mudanças e não as respeita.

Segundo a publicação do banco central: Cidades em Movimento - Estratégia de Transporte Urbano “é necessário tomar cuidado na análise dos impactos de um projeto de engenharia de transportes, de forma a possibilitar a escolha da alternativa que minimiza os aspectos negativos e gera os maiores benefícios”.

Ao executar tais obras, (como os corredores exclusivos de ônibus) a prefeitura e os órgãos de trânsito promovem medidas que beiram a arbitrariedade, sem a devida  consulta popular e estudos de impacto na vizinhança. As consequências são inevitáveis.

Em médio prazo (como já foi comprovado em trechos das Avenidas 85 e T63), com a diminuição do fluxo de clientes, surge o fechamento de escritórios e pontos comerciais com a suas consequentes desvalorizações imobiliárias e posterior ocupação por moradores de rua e todo tipo de delinquente. Diante desse quadro o prejuízo alastra-se por toda a região residencial que contorna essas vias.

O Poder Público parece se omitir de enfrentar o problema e em alguns casos dá soluções paliativas, continuando a buscar a tão sonhada fluidez para o tráfego de automóveis por meio de obras viárias.

O Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Goiás apoia integralmente o Executivo em suas intervenções, mas desde que haja uma mudança de comportamento, onde todas as etapas do processo sejam levadas à sério:  planejamento... Debate... Adequação e implantação, de forma racional e integrada entre os setores público e privado.

Em relação a mobilidade, numa visão ampliada, vale lembrar que, possuir um automóvel, é diferente de usar um automóvel. Para usar o automóvel é necessário o espaço público que é destinado ao uso de todos, prioritariamente para pedestres, ciclistas, transporte coletivo e por último carros e motos. A mobilidade urbana é mais do que o que chamamos de transporte urbano, ou seja, mais do que o conjunto de serviços e meios de deslocamento de pessoas e bens. É o resultado da interação entre os deslocamentos de pessoas e bens com a cidade.

Autor:
Garibaldi Rizzo é Arquiteto e Urbanista, Presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Goiás, Conselheiro Titular do CAU-GO. É Arquiteto da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas atuando na Secretaria Estadual de Cidades, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Assuntos Metropolitanos.



Link para baixar em PDF: Boletim Opinião 004
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