Boletim nº006 - CIDADE PARA PESSOAS, COMO UMA CIDADE PODE SER PLANEJADA PARA QUE AS PESSOAS POSSAM ANDAR MAIS?

CIDADE PARA PESSOAS
COMO UMA CIDADE PODE SER PLANEJADA PARA QUE AS PESSOAS POSSAM ANDAR MAIS?

Jan Gehl, arquiteto urbanista formado na década de 60 tem se dedicado juntamente com sua empresa Gehl Achitects a ajudar cidades em todo o mundo a se tornarem “cidades para pessoas”. Graças a seu trabalho na Universidade de Copenhagen, Gehl ajudou a capital da Dinamarca a tornar-se uma das cidades mais saudáveis, sustentáveis e vivas do mundo.

O grupo Gehl Architects acredita que projetar uma cidade para pessoas é projetar a vida urbana pensando o pedestre como prioridade, juntamente com sua forma mais básica de movimento: o caminhar. Esta é a maneira mais fácil, saudável e barata que um ser humano pode se locomover. Além disso, a presença de pedestres nas cidades cria um ambiente urbano melhor e mais habitável, já que à medida que as pessoas caminham, andam de bicicleta ou de transporte público, mais vital e diversa é a vida nas cidades, além de qualificar o espaço urbano como seguro, prazeroso e convidativo.

Hoje, Copenhagen é considerada uma metrópole planejada para pessoas, o que pode ser confirmado em uma pesquisa de 2009 (Figura 1), a qual somente 27% das viagens feitas diariamente são de carro; os outros 73% são feitos caminhando (25%), de bicicleta (30%), de transporte público (15%) e outros (2%).

Segundo Gehl Architects (2011) em 2010, 43% dos cidadãos de Copenhagen andavam a pé pelo menos de 30 a 60 minutos por dia. Dentre os motivos que mais impulsionam as pessoas de Copenhagen a andarem estão: porque estas acreditam que andar faz bem para a saúde; e em segundo lugar porque gostam de curtir o ambiente externo.

Segundo Jan Gehl, o desenvolvimento de novas “metrópoles para pessoas” é um trabalho cauteloso, pois é preciso fazer uma vigilância sistemática do que acontece no cenário urbano, assim como é fundamental a participação dos habitantes, o que só é possível a partir da informatização e informação. Para Gehl, as pessoas devem ser propriamente informadas de quais são suas opções. Se for suprimida a parte da informação e retirado um espaço de estacionamento no centro da cidade, por exemplo, a população se manifestará contrária.

O grupo Gehl Architects lista quatro áreas foco que Copenhagen escolheu como forma de estimular o crescimento do fluxo de pedestres:

A - O desenvolvimento da cultura do caminhar

B - Rota de pedestres e lugares de encontros

C - Prioridade de pedestres em ruas de comércio

D- Pontos nodais de tráfego

Confira o detalhamento desses pontos no próximo boletim!

Referências:

Gehl Architects (2011), More people to walk more, Copenhagen. Disponível em <http://issuu.com/gehlarchitects/docs/694_k__benhavn_more_people_walk_mor> Acesso em 03 de abril de 2015.

Tages Woche (2015), Jan Gehl: «Architects know very little about people». Disponível em <https://www.tageswoche.ch/de/2015_12/basel/683236/> Acesso em 04 de abril de 2015.

Fotografias: Fórum de Mobilidade (2014)

Link para baixar em PDF: Boletim 006