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Boletim nº010 - REDES URBANAS DIGITAIS, COMO AS REDES VIRTUAIS PODEM ENGAJAR AS REDES URBANAS CONSTRUÍDAS

REDES URBANAS DIGITAIS
COMO AS REDES VIRTUAIS PODEM ENGAJAR AS REDES URBANAS
CONSTRUÍDAS


O conceito de redes urbanas não está exclusivamente relacionado às ligações físicas de transportes ou de infraestrutura que conurbam cidades, mas também pode estar relacionado às redes que, muitas vezes invisíveis aos olhos, garantem o agrupamento de pessoas em um espaço urbano comum, em busca de necessidades e sentimentos comuns. O sociólogo Louis Wirth em “Urbanism as a Way of Life (1938)” (tradução: Urbanismo como um modo de vida) defende um nova interpretação do urbanismo em ascenção, já que até então não existia nenhuma discussão sociológica sobre a definição da nova vida urbana. Para Wirth, as cidades não deveriam ser definidas pela quantidade de área ou pelo tamanho da população, mas sim por qualidades características, como um agrupamento de indivíduos socialmente heterogêneos e permanentemente estabelecidos.

Até então, a internet não fora inventada, porém, em sua análise sobre as redes urbanas existentes, Louis Wirth já afirmava que estas seriam formadas através da tecnologia de seu tempo: a carta, o telefone, o jornal, e, claro, fundamentalmente pelo contato físico imediato e pela mobilidade e instabilidade dos agrupamentos.

Muita coisa mudou nesses 77 anos em que foi escrito “Urbanism as a Way of Life”. Metade da população vive em áreas urbanas e a urbanização gerou vários problemas, tanto sociais como de infraestrutura. No entanto, as pessoas continuam se organizando em grupos, porém, os meios pelos quais fazem isso têm mudado drasticamente. Estamos vivendo a “revolução do facebook”. A comunicação humana é agora esmagadoramente digital e esta tecnologia tem se tornado uma parte penetrante da vida urbana, presente desde sensores de velocidade no trânsito até aplicativos que nos informam quando o ônibus está chegando.

Várias questões foram levantadas sobre essa temática: Será que estamos usufruindo o máximo dessas ferramentas para melhorar a qualidade de vida urbana? O mundo virtual pode enriquecer o ambiente físico?

Os professores espanhóis Belinda Tato e Jose Luis Vallejo da Universidade de Harvard, EUA
pertencem a uma nova geração de arquitetos que acreditam que tais ferramentas devem ser utilizadas para agregarem a vida urbana. A disciplica que lecionam é guiada pela ideologia “going glocal” (o que pode ser melhor traduzido para: visita glocal). Para Tati e Vallejo: “todo projeto urbano nasce em uma constante movimentação entre a direta experiência e especificidade do contexto do local e do contexto global”, o que reflete para disciplina de Networked Urbanism (tradução: Urbanismo em rede) uma forma pedagógica distinta: os alunos devem se engajar com o mundo da prática, aprofundar o conhecimento das cidades em que vivem, através de constantes visitas em loco (a grande Boston, nos EUA) e entender as pessoas que frequentam e suas necessidades.

Uma preocupação “glocal” (global+local) destacada pelos alunos de Tati e Vallejo, foi o rápido aumento das bicicletas como meios de transporte para as cidades norteamericanas, o que acarretou no aumento de roubos desse meio de transporte. Quando a estudante Lulu Li de Networked Urbanism teve sua bicicleta roubada, ela resolveu criar uma plataforma online chamada Bikenapped, a qual possibilita o mapeamento de onde ocorreram roubos de bicicletas. Assim, o website pode ajudar os ciclistas a evitarem os locais de roubo de bicicleta, compartilhar suas histórias e prevenir futuros roubos.

Por fim, é importante frisar que a discussão sobre rede urbana, abordada por Wirth em 1938, nunca esteve tão atual. Mesmo com ferramentas e modos de vida bastante diferentes, a cidade em rede e suas relações impactam a vida cotidiana e precisam ser melhor aproveitadas em prol da qualidade de vida urbana.

E sobre o exemplo de Harvard, cabe destacar para aqueles que pensam que as escolas de arquitetura e urbanismo existem somente para ensinarem alunos a projetar edifícios e, em alguns casos, cidades, Harvard mostrou que está formando pessoas para analisar e solucionar criativamente os problemas da vida urbana através da construção de uma rede digital eficaz, contribuindo para a construção de uma comunidade urbana concetrada de forma inteligente. Essas ferramentas podem ser uma esperança para o mundo atual, para a recuperação das redes urbanas e sociais identificadas por Wirth como cruciais para o bemestar da vida urbana, que hoje está repleta de pessoas alienadas e isoladas em seus mundos privados - chamados smartphones.

Referências: HARVARD UNIVERSITY GRADUATE SCHOOL OF DESIGN (2014) Network ed Urbanism. Disponível em <http://issuu.com/gsdharvard/docs/networkedurbanism> Acesso em maio de 2015.


Link para baixar em PDF: Boletim 010
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